terça-feira, 28 de junho de 2011

O amor não choverá

Uma semana. Uma semana pra sentir que eternidade de fato existe, e parecer não existir. Pros outros uma vida se passou, tanto aconteceu, altos e baixos das escalas de alegria e tristeza, de encontros e desencontros, de solidão e celebrar, e aqui vazio. Vazio de parecer não ser nada, muito menos alguém. Talvez algo que sangra, talvez algo que grita, talvez algo que sinta muito, mas que não vive, passa. Há alguns milênios parecia existir vida no alguém que costumava ser. Sou somente olhos, invisíveis ao mundo, que só fazem encherem-se de agua quando deparam-se a lembrança que enxergam no passado, esse que passou, mas que nao passa, padece no presente e reticente só pra encher os olhos d'agua. Vivo a morte que abriga um corpo no leito, em posição fetal definhando-se como se quisesse renascer, mas quer morrer. Quer dar adeus ao encontro do amor, que desejou sempre encontrar, com o lugar comum de que é belo, aos olhos de quem nunca o encontrou. Já diziam os poetas do passado que "amor é dor" mas ninguém lhes deu ouvidos, porque cegos enxergavam nas palavras belas que era algo bonito, tão bonito aos cegos tanto quanto surdos, tanto quanto burros. A razão nos dá olhos e ouvidos que negamos quando falha o coração. Ele nunca acerta mas ninguém nunca parou pra pensar, só porque nessa hora ninguém pensa. Então as desculpas aparecem pra justificar o que não faz sentido, tenta-se entender por que ama, mas a resposta não vem. O coração gosta de doer, deve ser por isso que sentimos a vida correr nas veias tão intensa quando dói e perceber que antes disso nao passamos de mera existência. Mas quando a dor é muita o corpo enfraquece, atrofia, seca, como planta abandonada ao sol, e o tão belo amor, não choverá.

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