sábado, 8 de dezembro de 2012

Xadrez

Que olhar é esse que pôs meu coração em xeque? Sou rei pulando de casa em casa, postergando o inevitável fim, mate! O que é mesmo o sofrer, pra quem foi jurado? Sou réu condenado. Se há um Deus neste raio de céu e trovoadas que berram por entre nuvens carregadas a vindoura tempestade de lágrimas, peço-lhe que me reduza a pena, que tenha pena e considere meu penar. Eu rezei Seu Deus, rezei sim senhor, pra que a dor parasse de me perseguir. Por legitima defesa matei o que agora habita em mim. Xadrez perpetuo a dor, eu a condenei, fiz justiça com as próprias mãos, lavei-me de honra com o sangue que era meu. Sou rei falido, corrompido, derrotado por um olhar de quase amor que quer minha cabeça, como se já não a tivesse, como se não bastasse a lança atravessada no peito. Quer me ver sofrer como se não soubesse que já sou fim. Arcanjo dionisíaco, o diabo com o rosto de cristo me arrasta por um inferno com cara de céu, e já nem sei que como sera a vida após o fim. É uma morte que não ha, mesmo que eu quisesse.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Rússia

Sete tempos de palavras e algumas tentativas de uma esperança qualquer dentre formas e curvas num equivalente querer. Em cada ser a busca por um olhar virtual de lembrança. Séculos passados em minutos reais passados por sexagenárias frações de tempo numa ausência. O incompreensível me encara em cada espelho onde tento me encontrar numa imagem que não vejo, não se reconhece quando não há compreensão. Compreensão é tudo que me espera num reflexo de solidão em estilhaços teus, tão meus. A expectativa atirou na esperança que sangra num asfalto qualquer, próximo a uma sargeta por onde se escorre uma vitima de quase paixão, por veneração a imagem utopica de ilusão. Alma de artista, espera pueril, reality surreal, idiota em toda plenitude, e aquela gargalhada que se ouve em toda queda no escuro restando a espera por ela: quem sempre me carrega nos braços... solidão venha me salvar, traga um casaco de pele sintética, um cha de ervas que me traga calor passageiro que me faça sobreviver ao sopro mortal da indiferença, ausencia, ou sei la, o que nao é.

domingo, 30 de setembro de 2012

Batucada

E então seria repugnância àquela fraqueza inconsciente. De tão fraca
anárquica, incompreendida e consentida pela classe que te cerca. Cerco
de magia e encantamento. Terreiro de cegos e sábios manipuladores de
sentimentos. Acerca dali alguém aquém de enxergar os próprios sentidos
quem dirá ouvir a batucada do peito que samba amor adormecido,
amortecido, amortalhadado, retalhado em fuxico estampado de realidade
abstrata. Medo de então os olhos se cruzarem, onde não haveria
distancia segura, além da que já existe entre nós. Nós, os mesmos que
nos enlaçam, amarram por uma eternidade que nos envelhece o tempo que
não passamos juntos. Mas se passássemos ao invés de pairar, seríamos
jovens cheios de amanhãs. Quem me dera esse futuro fosse nosso
presente, não nos caberia tamanha felicidade, nem teríamos idade para
tanto. Saberíamos viver a eternidade se nos dessem? Se nos dissessem
que seríamos felizes para sempre? Se um lado não acredita, nunca
chega, eu acredito. Acredito na tua fraqueza e em todo o seu potencial
de não ser, apesar do querer que não basta. Antes crer em ilusões que
se avista em bolas cristalinas do que ser. Ser amável a ser amado...
respeitar o que não se compreende é também ignorar, como se restasse
outra coisa senão deixar. Deixa o amor morrer, porque ele mesmo
não sobreviveria em alguém que não tem peito, alem do vazio de dentro
onde não se ouve a batucada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Chamado

Um chamado. Como se nunca houvesse te amado, então te amo, como se nunca tivesse deixado, como se fosse sempre, então era. Um tempo que não foi, nem ia, é. De amor presente, eternamente, como agora. Um chamado pra descobrir que era engano, todo esse tempo que não existiu, não existe e sim paira, pára, como se assim fosse seu estado de sempre, e é, a cada chamado. Em mundos paralelos inventamos de viver, e vivemos ali parados, meio-dia, meia- noite, meio-amor, incontáveis horas que não passam.

sábado, 21 de julho de 2012

Ido

Entre nipes e números, revelado o futuro que jazia a sete palmos de mim. A voz que estremecia em era remota era morta, um telefonema do além, sabe la o que é comunicar-se com alguém que foi, é como se eu soubesse. Se a morte tivesse voz era aquela. Aquela que fez a vida correr tão altiva em veias vagas, ia a um coração que nunca havia batido tanto, era agora acalanto pois soava arrepender, embora não dissesse, ou quisesse dizer. O alívio alvejava a alma, que antes pequena lhe vestia a palma para enfiardes em lama. Flama sob a eternidade de ontem, quando anteontem era sempre, era outrem, hoje era. Se estas na merda apenas herda o sofrer que lhe repasso com muito pesar, apesar do peso, penoso a carregar, não há de ser pior que enxergar a razão do teu calvário. Diários serão teus pesadelos, pela ausência de meu zelo, pois somente eu saberei como cuidar. Te sopraria as ardências, em meio a indecências, em medo a inocência do amor demais. Jamais futuro, ja aturo o amanhã de hoje que tentei avisar, avistar não lhe foi possível, terrível é teu amanhecer diante do meu amor amanhecido, passado, o nunca ter sido, guardado em meio a tanto querer. Querido alias, não quero mais.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Arremate

Essa inocência clara em teus olhos jamais me faria crer, que nesse teu profundo, profanasse um mundo de ilusões sem pés, e alguma cabeça que vira a tua ao contrario, de tudo o que vivemos, e então, como é meu querido que poderia olhar para direção de seus pés que caminham ate a mim? Teu corpo me caminha a todo instante, tua mente é minha aura, teu amor minha alma, me constrói em teus desejos, fizestes de mim alguém seu, dos meus restos plastificastes o que eu não era mais em pura arte. Arte é tudo que reconheço ser depois de me levarem tudo, é tudo que ainda cria, que ainda cre. Como pode me virar as costas com a cabeça virada me olhando, mesmo que tuas mãos conduzam uma outra mão qualquer, de mulher, outro personagem teu e daquele alguém que lhe torceu o pescoço, e ainda se sentir seguro tão próximo do abismo? Olha pra frente criatura, olhe teus pés, olhe pro chão, olhe pro abismo, vê? O abismo que há entre eu e você? Sou eu quem te cega os olhos, ou a voz aquém da sanidade que lhe trata na inverdade que deseja crer? Por empurrões de um passado triste que o levarão a adentrar uma fenda de breu e descrença num sobrevôo assustado de quem paira em queda, num pavor infinito, desejando que o tempo voltasse, que voasse ou lhe carregassem em pleno ar, tudo menos o chão, menos o fim. Pois então caia, pra que deseje tudo menos chao, menos fim, dê-se fim ou crie suas proprias asas e salve-se, quem puder, porque ja estou salva, foi você quem me salvou, mas nao espere por mim, nem nada de mim, meu coração é plástico e arte, ou me arrematarão, ou me arremate.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Herói de flores

E não eh que sempre abre uma janela? Abriram duas antes mesmo da porta se fechar. Uma, deu ao corpo tudo, outra deu corpo a tudo, tudo que eu precisava. Inocência nobre carregando olhos tão profundos, contradição bela, onde a dor tão presente lhe faria experiente e um tanto cinza, ranzinza como quem viveu demais, sem o bom, querendo mais do que nunca vive-lo, mas não há cinza, cinzas apenas. Dali eu vejo um florescer uníssono, foram tantas flores que acobertaram o ja enterrado, e ja mal me recordo que ali jaz. Esquisito, dizem que o tempo cura o desamor, mas acho que o que cura eh somente um novo amor, como o soro feito com o próprio veneno, onde não há cura senão dele mesmo. Ainda assim o tempo me serve de termômetro, cedo e tarde como suas extremidades e digo que eh cedo pra dizer que já eh novo amor, mas eh novo dia, e são tantas flores que já nem me recordo das dores, nem desamores, eh um eterno querer estar entre elas.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Eu estive lá

Eu estive lá, por alguns instantes, e vi um abraço ao passado e uma realidade tentando separar. Era triste, eu pude ver o seu desespero ao ver aquele passado tomado pelo braço a força, sendo levado com lágrimas nos olhos, olhando pra trás, para os olhos esbugalhados, gritos surdos e braços relutantes sem êxito. E quando ele sumiu de vista, teu corpo desfaleceu naquele colchão no chao, definhado em posição fetal e era tanta dor... tanta que cegava a última memória daquele colchão, daquelas paredes, daquela varanda que ventava o amor. O que trouxe agua pura para hidratar aquele corpo seco de tanto chorar. Soprou no seu rosto, e havia um sorriso, havia um olhar acolhedor, um perfume novo naquele lençol, um raio de sol invadiu todas aquelas janelas e arestas, anunciando uma felicidade em potencial, era a vida te trazendo o novo. Acho que ate viu, mas bastou fechar a porta daquele apartamento e fechar também a porta pra que tudo aquilo entrasse. Escolha incompreendida ate pela vida, por você, certamente no futuro, quando compreender que aquele tomado pelo braço não volta mais, nem aquele sorriso, nem o olhar acolhedor, nem aquele perfume.

Cinzas

Nada mais triste que o adeus, só que o falado ou o ouvido. As vezes as coisas terminam por fatores diversos e inversos, e então o tempo vai dando conta de reposicionar tudo de cada lado, mas a despedida? Nada mais triste que a despedida. Sempre despida, desmedida, desiludida, um sopro do ártico no umbigo petrificando o calor de tudo, e depois fica tudo la estático, intacto e de fato quando os olhos se fecham, há uma busca por uma luz que não vem. Escuridão e silêncio e frio e infinitos pontos de interrogação e nenhuma reticência, nenhuma exclamação, e no final um ponto. Tudo tão monocromático, flashes em preto e branco do passado colorido, fotografias da mente, retro-projeções vintage, onde acabaram-se os slides, resta a parede branca, a sala escura, um presente branco, um futuro escuro. E dor... Que não no corpo, nada comparado ao que se tem de memória, o que doi eh tudo que sente, e de uma vez só. Todas as sensações, sentimentos e pressentimentos queimando numa fogueira no estômago, arde tanto que o corpo aciona um sistema hidráulico, a água então brota dos olhos ate que a chama se apague e seja constituido de cinzas apenas, de onde renascerá pra um novo amor.

domingo, 13 de maio de 2012

Nada

Quarenta e cinco no gregoriano, uma eternidade no meu, e nada. Nada mais eh, nada sera. Nada. Tao presente em meu preterito, nada diferente no presente, e entao nada me faria crer no futuro. Nada, intitula meu muito a sua própria significancia, mas sempre haverá sobras. Do lado de ca uma garrafa de vinho bom, brie, camembert, geleia de framboesa e saudade. Do lado de la a musica q nunca fiz e um amor monoplatonico ao burro, ao arrogante, ao prepotente solitário de loucura infinita que só cabe ao mundo e a compreensão de quem vive, se eh que existe mais alguém. O que sobrou daqui eu ofereço ao próximo, quem haveria de negar ao banquete dos deuses com pitada de saudade? Do lado de la quem haveria de querer? Sua procura eh tão vã quanto suas palavras, de nada vai adiantar, como de nada adiantaram as palavras. No meu mundo palavras são palavras, no seu, nem me interessa saber. Exasperador eh saber o que se sabia, a redundância do próprio conhecimento. Mas sabe que no fim eu agradeço? Apesar da também redundância do teu nome, me fez esquecer o primeiro, e ja se pode avistar um terceiro, louco pra me tirar dessa redondeza. E então eu ou você diríamos que nao daria em nada.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Imbecil

E eram tantas promessas e tanta saudade, tanta inverdade que nem sei de onde veio tanto, nem porque, nem pra onde vai tanto. Vão e palavras submersas em sangue, obstruindo o que houver de passagem, a pressão faz faltar o ar de onde eu respirava. Era dele que o meu corpo extraia cada suspiro que chamo de ar, comprimido agora em minhas veias, onde corria tanta vida, ocorre marcha fúnebre, e a canção soturna que anuncia mais uma vez o enterro daquele nome maldito. Sete letras que juntas relembram o trauma de estar diante de quem o carrega ser sempre um grande imbecil. Mas é uma maestria que sempre surpreende, e eu nem vergonha tenho de permitir o que vem de uma surpresa que nao é mais além de tristeza, e nao futuro como sempre acho. Eis que fugirei desta combinação de letras que me fazem doer tudo que eu nao tenho mais de alma, e é tanto. Tão velha de mundo e mais ingênua que criança. Assassino a esperança que me venda os olhos de maneira tão gentil, com suas mãos delicadas, nem percebo quando me empurram pro abismo, então a sensação de queda no escuro, tiro a venda, e o breu me consome, ouço uma gargalhada ao fundo, a mesma de todas as quedas e quem sempre me segura nos braços, é a fiel companheira solidão. Pior que no fundo eu sabia, devo parar de me anistiar, e me fazer cumprir todos os anos de condenação, que já somam uma vida inteira.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Acorda

E aí prefere ficar longe, diz que é jeito de lidar com saudade, que é pra matar o sofrer, deve ser coisa daquela terra, que se aprende de menino novo, ou velho, sei lá. Sei que nao sei se acredito, história meio mal contada essa. Ou falta crença ou falta vontade, ou falta verdade. Alguma coisa falta além de sua presença. Deve ter outra. Mulher, literatura, poesia, canção, seja qual for a criatura, ou criação, acho que nao sou mais seu refrão. Pra encurtar a saudade existe voz e palavras capazes de voarem feito um raio pra chegar a quem se ama. É um jeitinho de estar um pouco lá, um pouco cá, então a esperança aumenta, a saudade é branda, acalanta, orienta, e o suspiro é seguido de sorriso. Meus suspiros tem sido tristes, a esperança é pequena, e vai matar Seu moco! Que a saudade nunca que há de sobreviver ao abandono. Acorda moco, antes que venha outro.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Jogo

Perdi-me do tempo, o tempo me perdeu, ou ate, perdi o tempo que posso chamar de meu. Todas aquelas palavras, agora espalhadas pelo chão, sem nenhum sentido, amontoadas ocupando um espaço onde não há em mim. Nao tenho mais dificuldade em me livrar do que não me cabe. Palavras ganhadas, como panfletos de propagandas inuteis, vao para o primeiro lixo que houver. Faz jogo de quebra-cabeças onde as peças são pedaços meus, arrancados um a um, a fim de entreter, brincadeira de montar, onde eu me remonto, tentando me encontrar, em meio a palavras cruzadas. A dama que veste xadrez, sempre embaralhada em paus, ouros, espadas e coração, entre trincas, trancas e truques, no inicio de mais um efeito dominó. Entretanto, me resta idade e uma carta na manga. Pode apostar.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Conto

Pode ir estragando, quando sopra de ouvido a ouvido a ânsia desesperada pelo externo. O que ta dentro, do lado de fora de modo torto, como se isso pudesse suprir a vontade própria do doar, como se reduzisse os quilômetros, como se fosse possível substituir a presença. É assim que a gente da jeito ao que não tem, a não ser, presença. Como amazona do apocalipse tento prever o que é, e pode não ser. Um engano seria mais uma vez morrer pelas ondas, que me aproximam e me afastam de onde quero pisar com tanta firmeza: a areia, sempre movediça. Os grãos que emoldurarão a pegada, nunca estiveram ali, somente quando as células do que me chamam ser os tocarem pela primeira, e também, última vez, e tudo parecerá concreto, em meio ao abstrato inconcluso diante dos olhos. Reconhecidos restos de sonhos formarão o impressionismo numa tela de destino acreditado.

domingo, 15 de abril de 2012

Que horas?

Sabe que horas? No laço em braço que prendeu pra sempre, e nessa vontade que beija, que lambe e diz coisas tão precipitadas, sem conseqüência, tão puras quanto querer. Pueril não de jeito, de trejeito, raro, e então alguma certeza, de algum lugar, de algum modo era, o fim do cansaço da espera. Estranho... A saudade sem precedentes, sem passado ou presente, sem êxito ou sentido, mas sentida, por uma existência, partiu. A que habita eh nova, leve, e sua existência se deve por uma distancia conhecida, tão breve, tão fácil quando se sabe quem, onde, e pode planejar o quando. A espera eh doce, porque existe, e eh sabido. Eh (quase) um contar de dias, porque certeza ainda não. Praticamente sensação.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Lodo

Mudou meu humor hoje, como se ja fizesse parte de uma rotina, constituída de delírios. Se eu não tivesse me acostumado, nem teria sentido, o tanto que ja sinto. Seria ele proprietário e diria com tanta propriedade que ja me domina? Eximio condutor, porque nada eh da boca pra fora, então a selvageria que encanta eh também eficaz pela maestria do cativo a força, uma força tamanha quase imperceptível a criatura, ao animal eu. A existência era sabida, mas não seu inicio. O furacão no horizonte e no entanto em meio a ele, num piscar de olhos desatento. Me esquenta e me derrete com a mudança de seus ventos. E quando a gente acha que sabe um pouco da vida, eh como sentir firmeza em lodo, eh somente o passo que faltava para o tombo. A língua custa caro, por isso nem me meto a promessas, sigo pisando em lodo pois em que parte eh possivel ter certeza? A esperança do não tombo eh tudo q me resta.

domingo, 8 de abril de 2012

Or

E essa saudade? Esquecida do ontem,tão ja. O muito doido, e ja não arde o que vem de memória, foi, tão de repente, apareceu. Assustador, medo não, a historia não permitiria. Então a ânsia muita, quase desesperada, quase despercebida por uma intuição quase sempre falha, mas só quando se trata do mesmo assunto. Sei la, algo que vem e diz aquilo que eu quero ouvir... de um cigano, de um estranho, mas fala, e muito, sempre, as vezes berra, e tento controlar essa intensidade do novo, pulverizando o velho, pra um mesmo destino, dando lugar ao que ja esta. Siricutico, aquele de infância, ridículo em adulto, mas eh tao puro que chega a ser bonito. Agora. Se houver falha, tao costumeira, nem sei o que sera, mas que será triste. Ai, será? Será que eu ja to? Ou então como se explica esse querer chamar de amor? Quero enrolado no meu cobertor, quero denovo esse liquidificador, lembra? Começa com tudo terminando em "or".

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Re

E por deixar que ela conduza, foi então que surgiu o encontro. Por mim nada iria, nem sequer pensava, guardava talvez, algo que nem existe mais, descobri com você cujo nome só me faria lembrar, e não lembrei. Lembrei que não existe mais, alias, realizei. Você tem o nome da morte, e por esse através eh que surge um recomeço ne? Dizem por ai. Nasceu algo mesmo em meio a pedra polida que carrega teu nome em bronze, com um começo, um fim, e um recomeço rabiscado ali a mão, improvisado, quem eh que aguarda a ressurreição? Aquele que matou, morreu, ressurgi-me de cinzas, as mesmas de onde nasceu.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sabia

Eu não sabia...não era o numero, nem prestei atenção, a não ser pelo toque, eles conversaram, restou-me a duvida, insensata,era obvio. Senti uma falta estranha do que acabara de acontecer, obsessão leve, por que o meu, arrepiado, acreditava numa eventual potencialidade. Por que não? No final eu queria mesmo ver, apesar de desconfiar desde o inicio daquela boca. O tradicional fatídico, certeiro, eu já tão clichê, ja sabia, mas e dai? Chance ao acaso em descrédito e ao destino ja desacreditado. O fator real de sim e de não, e a questão do agora. Sim, como algo premeditado, com uma certa arquitetura, um certo cuidado desprendido. Melhor que uma parte prevista, porém a outra também vingou, eu ja sabia. Eu sempre quis descobrir o elo entre o querer demais, e o adeus, portanto, tão previsível, valeu? Eu já sabia. Como deixar as minhocas morrerem de fome? Denovo e denovo... Um suspiro e um fim por favor, e um brinde ao surpresa. Que a vida o tenha.