terça-feira, 22 de maio de 2012

Herói de flores

E não eh que sempre abre uma janela? Abriram duas antes mesmo da porta se fechar. Uma, deu ao corpo tudo, outra deu corpo a tudo, tudo que eu precisava. Inocência nobre carregando olhos tão profundos, contradição bela, onde a dor tão presente lhe faria experiente e um tanto cinza, ranzinza como quem viveu demais, sem o bom, querendo mais do que nunca vive-lo, mas não há cinza, cinzas apenas. Dali eu vejo um florescer uníssono, foram tantas flores que acobertaram o ja enterrado, e ja mal me recordo que ali jaz. Esquisito, dizem que o tempo cura o desamor, mas acho que o que cura eh somente um novo amor, como o soro feito com o próprio veneno, onde não há cura senão dele mesmo. Ainda assim o tempo me serve de termômetro, cedo e tarde como suas extremidades e digo que eh cedo pra dizer que já eh novo amor, mas eh novo dia, e são tantas flores que já nem me recordo das dores, nem desamores, eh um eterno querer estar entre elas.

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