terça-feira, 15 de maio de 2012

Eu estive lá

Eu estive lá, por alguns instantes, e vi um abraço ao passado e uma realidade tentando separar. Era triste, eu pude ver o seu desespero ao ver aquele passado tomado pelo braço a força, sendo levado com lágrimas nos olhos, olhando pra trás, para os olhos esbugalhados, gritos surdos e braços relutantes sem êxito. E quando ele sumiu de vista, teu corpo desfaleceu naquele colchão no chao, definhado em posição fetal e era tanta dor... tanta que cegava a última memória daquele colchão, daquelas paredes, daquela varanda que ventava o amor. O que trouxe agua pura para hidratar aquele corpo seco de tanto chorar. Soprou no seu rosto, e havia um sorriso, havia um olhar acolhedor, um perfume novo naquele lençol, um raio de sol invadiu todas aquelas janelas e arestas, anunciando uma felicidade em potencial, era a vida te trazendo o novo. Acho que ate viu, mas bastou fechar a porta daquele apartamento e fechar também a porta pra que tudo aquilo entrasse. Escolha incompreendida ate pela vida, por você, certamente no futuro, quando compreender que aquele tomado pelo braço não volta mais, nem aquele sorriso, nem o olhar acolhedor, nem aquele perfume.

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