terça-feira, 15 de maio de 2012
Cinzas
Nada mais triste que o adeus, só que o falado ou o ouvido. As vezes as
coisas terminam por fatores diversos e inversos, e então o tempo vai
dando conta de reposicionar tudo de cada lado, mas a despedida? Nada
mais triste que a despedida. Sempre despida, desmedida, desiludida, um
sopro do ártico no umbigo petrificando o calor de tudo, e depois fica
tudo la estático, intacto e de fato quando os olhos se fecham, há uma
busca por uma luz que não vem. Escuridão e silêncio e frio e infinitos
pontos de interrogação e nenhuma reticência, nenhuma exclamação,
e no final um ponto. Tudo tão monocromático, flashes em preto e branco
do passado colorido, fotografias da mente, retro-projeções vintage, onde
acabaram-se os slides, resta a parede branca, a sala escura, um
presente branco, um futuro escuro. E dor... Que não no corpo, nada
comparado ao que se tem de memória, o que doi eh tudo que sente, e de
uma vez só. Todas as sensações, sentimentos e pressentimentos
queimando numa fogueira no estômago, arde tanto que o corpo aciona um
sistema hidráulico, a água então brota dos olhos ate que a chama se
apague e seja constituido de cinzas apenas, de onde renascerá pra um novo amor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário