Amarelo em pétala
Raio em molécula
Constitui-se a coroa do astro
O rei sem mastro
Maestro, mestre
Cresce do chão,
Nasce silvestre
De flora em flor
Gêmea, Fêmea, in natura
Efêmera, pura
Decaída, aspira
Entumece e gira
Em direção ao que gira
O andarilho
Detentor de todo brilho
De toda a vida
Aos poucos absorvida
Nas cutículas, em gotículas
O orvalho embebe
Sob esferas cristalinas
Prevê-se a sorte, o futuro
De quem sobrevive ao escuro
Irresoluto, inevitável e duro
Na mira da alva e impiedosa amante nua
Que seduz diante do espelho
Altiva e crua
No palco de seu protagonismo
À luz do mistério, inebria o egoísmo
E a plateia é muda
A ave no entanto
Anuncia no canto
O retorno do rei em sua aurora
E a flor que na dor de outrora
Ansiava tão esperada hora
O calor era amor
Ainda que irradiado à distância
Entre polares estâncias
O verde, no que diz-se esperança
No caule e na folha eram cor
Eram um, do nascer ao pôr
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