segunda-feira, 25 de julho de 2011

Que dê empate

Cadê o amor que eu vi? Eu podia jurar tê-lo visto em teus olhos, tenho certeza de que estava aí da ultima vez que nos vimos. Acho que me embriaguei um pouco esta noite, os olhos embaçaram, recordo-me de quase não conseguir encará-lo, mas eu olhei uma vez, e teus olhos estavam tão desesperados, pareciam querer esconder algo, o amor que eu sempre vejo. Será que teus olhos possuem o teu mesmo dom de atuar? Não... não é possível, se tivessem conseguirias me encarar, mas também não conseguistes. Não queria que fofocassem. Falastes tanto, não me recordo de nada, salvo, o desespero do teu olhar. O que será que isso quis dizer... Seria o espelho da tua mente enlouquecida? Agora sabes usar espelhos? Será que vi o meu desespero? Quem será que nos maldizeu? Quem deixou de abençoar? Como nos falta a sorte, quão proxima é a morte de tudo que aconteceu. Carregas pedras numa mão, na outra meu coração tão invisível ao teu insensível. Palavras doloridas usastes pra ferir ou decifrar? Astúcia do bom jogador. E pensar que um dia te achei tolo, em outro, louco, mas sagaz jamais. Pode ser que estive certa, pode ser. Se não estive me ferrei por me achar esperta. Que tanto poder tens de colocar as unicas certezas que me restam a prova? Só aumenta meu fascínio se é isso que queres saber, decifrar. Mas aceito teu convite pro jogo. Colocastes as cartas na mesa, e eu também, se blefastes eu não sei, e tu também. Então veremos quem sairá mais machucado do combate, dessa brincadeira cheia de dor, e cheia de graça onde espero nada menos, nem mais, que um empate.

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