domingo, 17 de julho de 2011

Terceira pessoa

Aquelas lentes escuras recairam pra que teus olhos pudessem encontrar os meus, balbuciastes algo que não faço idéia, mas teus olhos pregaram em oratória o que é o amor. Achei tão bonito, nunca havia encontrado tradução mais bela. Embora tua razão, esta que não tem razão, afaste teu corpo do meu, nossas almas enlaçaram-se numa dança poética embaladas ao som do querer. Pude ouvir o bater dos corações em harmonia perfeita e a nossa musica é tão linda, porém, tão soturna. Fala de um amor guardado, arriscado a padecer sem existir. Foi quando o mar revolto me veio as pálpebras, e desviei para um lugar qualquer o olhar prestes a se afogar. Ficou combinado. Vamos conversar sobre o que não falamos, mais uma vez diremos centenas de palavras que não dizem, num dialogo que só o medo compreende tudo que queremos dizer. Temo uma terceira pessoa que não aquela que arranjastes pra me substituir, mas a terceira pessoa do nosso singular: eu, tu, medo. Entretanto, o medo maior está na terceira pessoa do nosso plural: nós, vós, fim.

Um comentário:

  1. "(...)balbuciastes algo que não faço idéia, mas teus olhos pregaram em oratória o que é o amor."
    Que lindo isso!

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