sábado, 16 de abril de 2011

Carta nº5

Meu gato berra neste instante, me chamando pra dormir. Mas eu quero ficar aqui acordada pensando em vc, pensando no que escrever, pensando que não me escreve mais, vivendo a nostalgia dos nossos eternos dois dias, o saudocismo das tuas cartas que nunca mais. Eu continuo aqui no mesmo lugar, na mesma cidade, na mesma saudade, na mesma esperança de sempre. Nada mudou, a não ser as cartas que não mais recebo e o medo que antes existia pequeno e agora me toma conta - será que te perdi pra sempre? - isso me toma conta quando VOCÊ deveria me prestar contas. O que vc fez comigo? Me devolve, eu não quero ser sua. Nunca quis ser. Devolve a minha calma, meus pensamentos sãos, minha alma, meu coração. Que inferno, e nem me vendi pra vc que reina nesse ambiente de furor e desespero, fogo e menosprezo comendo o bom que vc amassou. Eu te odeio. Meu gato te odeia mais ainda. Covarde. Podia ao menos me encarar, chegar mais perto, sem aquela tua vaidade... vulgar. Queria ver vc resistir a nossa dança... mas prefere agir feito criança, então fuja! Vá se danar!

Eu queria que essa carta fosse romântica, palavras na mais perfeita ordem semântica, dissonante a tudo que é você, só pra ficar bonito de ler. Mas vc sempre me tira do sério, me faz doer como em puerpério, e não há dor maior quando algo quer nascer.

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